Terça-feira, 15 de Março de 2005
- Jovem, aquilo para ele não é um rolo. Acompanhou aquilo que para ela devia ser uma piada com uma risada de hiena. É um consolo.
Fui esbofeteado com a risada perversa delas. Pareciam espasmos de um orgasmo. Estavam-se a masturbar às minhas custas!
- E já deve estar a pensar fanar-nos o rolo. Informou a Inch(Ada), a esfregar o bigode continuou. - Apanhei-o a roubar-nos os doces.
- Já ias fazer esse buço, não? O meu pensamento que era imune, aquelas calúnias, resolveu que o melhor que tinha a fazer era não se pronunciar.
Pobrezinho é cleptomaníaco. O tom jocoso não conseguia disfarçar o carinho com que foi dita a frase.
O piscar de olhos entre ambas não escapou ao meu olhar perspicaz de Gajo. Era agora que me iam castrar! Empunhei o rolo da massa e murmurei-lhes:
- Castradoras! Se tentam aproximar-se do meu coiso ou testículos, acabo com as duas!
Primeiro disfarçaram com uma expressão de perplexidade, para logo de seguida começarem a rir. Não eram risadas normais. Nada disso! Parecia um rosnar de dentes. E o riso era quase um esgar insano de gargalhadas contínuas.
- Tranquiliza-te gajo. Não será hoje que te tiramos o pirilau. - Ainda em gargalhada a Pica-Pau Morena Meia Cana Papa-Açordas Inch(Ada) Dos Traques Que Não Se Permite Dar, continuou. Mas não esperas pela demora.
Pelo sim, pelo não, resolvi que seria mais sensato da minha parte seguir atentamente o que elas tinham nas mãos. Ou o prato principal acabava por ser o meu alarve.
A Erótica esticou as mãos, vinham soltas. Vinham sem nenhum mutilador. Abraçarem-me os ombros musculados. Claro que se aproveitou do abraço para se roçar em mim. Mas mal sabia ela que eu era completamente gay.
- Roça-te pra aí!
- Obrigado por me fazeres rir. E estreitou o abraço. Aproveitou o momento para se limpar na minha camisa. E ainda sorriu do que tinha feito. Iam ter de me pagar a limpeza da camisa! Isto não ia ficar assim!
A campainha anunciou a chegada de alguém. Não quis saber! Tinha de ir limpar-me, se esperasse por uma limpeza o ranho com pedaços de morango e pêra ainda davam frutos.
Ouvi o tagarelar das duas com alguém, mas consegui escapulir-me para o WC. Tirei a camisa e bati com ela na banheira para os pedaços de fruta se soltarem. Depois abri o fecho e reguei a sanita. Sacudi caprichadamente o alarve. Cocei a alarvidade maior e depois a alarvidade menor. Ainda a sacudir reparei que tinha molhado a tampa. Como sou um gajo limpo procurei um pouco de papel higiénico. Não havia. Num banquinho estava um trapo, usei-o para limpar. Uma ponta escorregou para dentro da sanita. Nada demais. Tornei a colocar o pano onde o tinha encontrado. Depois de fazer umas festas ao alarve e coçar novamente os tomates, preparei-me para ir lavar as mãos. Abri a torneira e nada. Tornei a rodar e nada. Comer sem lavar as mãos é demais até para um gajo! Estas criaturas nem água tinham em casa. Como é que cozinhavam?
Olhei para a sanita implacavelmente limpa e um pensamento brutal abateu-se sobre mim. Utilizavam a urina para cozinhar? Mas é que só podia. Assim se entendia que a única divisão limpa fosse aquela.
A Pica-Pau Morena Meia Cana Papa-Açordas Inch(Ada) Dos Traques entra porta adentro a guinchar um:
- Tens de sair!
Não olhou directamente para o alarve, mas o sorrisinho trocista disse tudo.
- Era disso que estavas com receio de te ver apartado?
Guardei o meu alarve que por sentir humilhado murchou de todo.