Quarta-feira, 22 de Junho de 2005
Quantos de nós não nos deparámos já com esta questão?
Desistir, indo pelo caminho mais fácil, fazendo o que a maioria espera que façamos, ou
sobreviver indo à luta?
Mas desistir do quê? Perguntarão. De Nós! Da nossa felicidade!
Não vou ilustrar este post com textos retirados de pesquisas. Vou falar de mim, da minha experiência. Não será fácil mexer no passado. Um passado recente, mas penso que não só me vai fazer bem falar no assunto como poderá servir para transmitir alguma força a quem passe por momentos semelhantes.
Também eu estive à beira do Abismo. Melhor dizendo bati bem no fundo. Não vivia. Deixei de ser Eu em prole de terceiros
Como é possível que nos exijam que nos anulemos em nome de uma felicidade que não é a nossa? Eu tentei. Anulei-me. Esqueci durante alguns anos que também eu tinha o direito de ser feliz. Cada dia que passava a angústia aumentava. Não era eu quem ali estava. Era o meu corpo, mas a minha Alma estava longe
muito longe. Tentava não pensar sequer no assunto para não me sentir ainda mais infeliz. E tentava
tentava
em vão.
Deixei-me mergulhar no abismo. Foi preciso chegar ao fundo para acordar e pensar
mas que faço eu aqui? Eu QUERO e VOU ser feliz. Doa a quem doer. Sou um ser humano. Mereço! e assim fiz
Não foi fácil, não foi mesmo tarefa fácil. Foi um percurso acidentado
tive que me reerguer, reaprender a andar
enfrentar pressões dos mais variados tipos. Numa determinada altura tão cansada me sentia, sem forças para continuar, pensei mesmo em desistir e dar o passo atrás. Mas
dar um passo atrás nunca fez parte da minha forma de estar na vida. Recuar naquela altura seria um perfeito suicídio. E eu queria Viver
ser Eu
já tinha lutado tanto
não podia desistir.
Pensei nas pessoas que me rodeavam
familiares, Amigos
pensei no sofrimento que lhes provocaria com o meu recuo. Pensei em mim
sim, naquela altura já pensava em mim. Se eu não estivesse bem, como poderia proporcionar bem-estar aos que me rodeavam? Pois
seria impossível. E fui em frente. Não desisti. Encontrei a força que pensava não ter
e consegui.
Hoje reencontrei-me. Voltei a ser Eu. Ainda com lembranças do passado, mas não as podemos apagar da memória, não é? Há que as saber gerir. Aprender a viver com elas. Tornei-me uma pessoa melhor. Dou valor à Vida. Dou valor a mim mesma. Se sou feliz? Sou, na medida em que posso apreciar todos os bons momentos que a vida me oferece. Tenho uma vida tranquila, estou bem comigo e com o mundo e sei que consigo transmitir essa sensação de bem-estar aos que me rodeiam.
Por vezes páro para pensar no que teria sido se tivesse desistido. Se tivesse dado o passo atrás. Teria sido terrível
Páro para pensar em como será possível que em nome do Amor (???) da Felicidade (de quem???) haja quem nos peça, ou faça com que nos anulemos
Penso em quantas vezes não se desiste quando se está a um pequeno passo de atingir o que mais desejamos. Muitas vezes só temos consciência disso algum tempo depois
depois de termos dado o passo atrás.
Recordo sempre as palavras do poeta (Mário de Sá Carneiro):
Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Um golpe de asa
é isso! Não deixemos a nossa Vida fugir, não desistamos dela
não desistamos de Nós! Basta um golpe de asa
um pequeno esforço mais que nos pode levar a tanto
Depois, o sol brilhará com mais intensidade
o céu parecerá mais azul
e tudo
e tudo :)
A todos os que precisem dar o tal golpe de asa
transmito um pouquinho da minha Força! Há que ir em frente e não desistir Nunca!
Tenham uma noite descansada
Não esqueçam
sejam felizes ;)
Erótica